A TV 3.0, ou NextGen TV, já está sendo implementada em vários países ao redor do mundo. Vamos explorar como tem sido a experiência global e o que emissoras Brasileiras podem aprender com esses casos.
A TV 3.0 (DTV+), ou NextGen TV como é chamada em muitos países, está mudando a forma como consumimos conteúdo televisivo. Com recursos como resolução 4K, áudio imersivo e interatividade em tempo real, essa tecnologia promete transformar o mercado de mídia. No Brasil, ainda estamos aguardando a implementação total, mas em vários países a TV 3.0 já está em fase avançada, proporcionando uma nova experiência para o público e, claro, novos desafios e oportunidades para as emissoras.
Mas como está sendo a experiência em países que já adotaram essa tecnologia? E o que as empresas de mídia no Brasil, como emissoras de rádio e TV, podem aprender com esses cenários? Vamos explorar as experiências internacionais com a NextGen TV e ver como ela pode impactar o futuro da transmissão no Brasil.
A experiência nos Estados Unidos: pioneirismo e adaptação
Os Estados Unidos estão na linha de frente da adoção da NextGen TV. A transição começou em 2020, e hoje, várias emissoras de TV em cidades como Las Vegas, Washington D.C., e Dallas já transmitem no novo formato. A TV 3.0 oferece aos americanos uma qualidade de imagem superior com resolução 4K, além de som surround e opções interativas, como escolha de ângulos de câmera em eventos ao vivo.
No entanto, apesar do avanço tecnológico, a transição não tem sido completamente tranquila. Um dos maiores desafios relatados é a adaptação dos equipamentos, tanto por parte das emissoras quanto dos telespectadores, que precisam de televisores compatíveis ou conversores. As emissoras, por sua vez, enfrentam um processo gradual de migração, onde a coexistência dos sinais de TV 2.0 e 3.0 requer investimentos pesados em infraestrutura.
Outro aspecto interessante é o impacto sobre a publicidade segmentada. A TV 3.0 permite que anúncios sejam direcionados de maneira mais precisa, com base em dados de comportamento do usuário. Isso está gerando novas oportunidades de monetização, mas também levanta questões sobre privacidade e a maneira como as emissoras lidam com esses dados.
Coreia do Sul: o futuro já chegou
A Coreia do Sul foi um dos primeiros países a adotar amplamente a TV 3.0, especialmente por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018. Com uma infraestrutura de internet de alta velocidade, o país conseguiu rapidamente implantar a tecnologia e oferecer transmissões em 8K, algo ainda inédito em muitos países.
A experiência sul-coreana mostrou que a TV 3.0 vai muito além da qualidade de imagem e som. As emissoras coreanas aproveitaram o potencial da interatividade, oferecendo conteúdos extras em tempo real, como informações sobre atletas, estatísticas ao vivo e até interações com redes sociais diretamente na tela. Para os OPECs e profissionais de mídia, isso representa uma mudança de paradigma na forma de produzir e distribuir conteúdo.
Outro ponto de destaque na Coreia é o uso de publicidade interativa. Durante as transmissões, os espectadores podiam clicar em anúncios diretamente na TV e realizar compras instantâneas ou acessar mais informações sobre os produtos. Esse tipo de experiência cria um novo canal de vendas e aproxima a TV do e-commerce, algo que pode ser explorado no Brasil futuramente.
Japão: uma transição focada em qualidade e cobertura
Japão é conhecido por estar sempre à frente no uso de tecnologias avançadas de transmissão. O país começou sua transição para a TV 3.0 em 2020, com o objetivo de alcançar cobertura nacional até 2025. Assim como na Coreia do Sul, o foco está na qualidade de imagem e na interatividade, mas um dos grandes diferenciais no Japão é o foco em acessibilidade.
As emissoras japonesas estão usando a TV 3.0 para melhorar a experiência de pessoas com deficiência visual e auditiva, com legendas automáticas em tempo real e narrações detalhadas sobre o que está sendo exibido na tela. Essa abordagem inclusiva é um exemplo para emissoras ao redor do mundo, mostrando que a tecnologia pode ser usada para tornar a mídia mais acessível a todos.
Além disso, a publicidade segmentada também é uma realidade no Japão. Assim como nos Estados Unidos, as emissoras estão utilizando dados para entregar anúncios personalizados, aumentando o retorno sobre investimento (ROI) dos anunciantes. No entanto, o Japão tem sido cauteloso quanto à coleta de dados com rigorosas leis de privacidade.
O que as emissoras brasileiras podem aprender?
Com a TV 3.0 cada vez mais próxima de ser implantada no Brasil, as emissoras de rádio e TV precisam se preparar para essa nova era de transmissão. Os exemplos dos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão trazem lições valiosas:
- Investimentos em Infraestrutura: A migração para a TV 3.0 vai exigir grandes investimentos, não apenas em equipamentos, mas também em treinamento das equipes técnicas. A coexistência dos sinais 2.0 e 3.0 pode ser desafiadora, mas necessária para garantir uma transição suave.
- Interatividade é a Chave: As experiências internacionais mostram que a interatividade será um dos grandes diferenciais da TV 3.0. As emissoras brasileiras podem explorar isso para criar novas formas de engajamento com o público, como conteúdos extras em tempo real e integração com redes sociais.
- Novas Oportunidades de Monetização: A publicidade segmentada será um dos grandes trunfos da TV 3.0. A capacidade de direcionar anúncios para públicos específicos, como já acontece nos Estados Unidos e Japão, trará novas oportunidades de receita para as emissoras.
- Acessibilidade: Assim como no Japão, as emissoras brasileiras devem usar a TV 3.0 para tornar o conteúdo mais acessível, garantindo que todos possam aproveitar essa nova tecnologia.
Conclusão
A TV 3.0 está transformando o mercado de mídia em diversos países, e o Brasil está próximo de seguir esse caminho. As emissoras de rádio e TV devem aprender com as experiências de outros países para garantir que a transição seja bem-sucedida. A interatividade, a publicidade segmentada e a acessibilidade são algumas das principais tendências que as empresas de mídia brasileiras devem estar atentas, enquanto se preparam para o futuro da televisão no Brasil.
Com a chegada da NextGen TV, estamos prestes a ver uma revolução na forma como consumimos e produzimos conteúdo audiovisual.
O que precisamos pensar agora é: sua emissora já está pronta para o futuro da TV?